Eu não sei qual é a situação da sua saúde financeira atualmente. Se você está endividado por causa do desemprego, descontrole financeiro ou simplesmente por ter emprestado o nome para um amigo ou familiar. O que eu sei é que atualmente 63% das famílias brasileiras estão endividadas e que isso sempre gera algum tipo de efeito colateral na saúde física e emocional.
Já vi pessoas desenvolverem insônia, estresse, perderem o casamento e até o emprego por causa das dívidas. Uns preferem desabafar com os amigos em busca de um empréstimo para saldar as dívidas, outros preferem o silêncio, enquanto outros tentam um financiamento numa instituição financeira para renegociar as dívidas, mas se deparam com as altas taxas de juros disponíveis no mercado. A taxa Selic caiu e ainda assim o Brasil é um dos países com maiores taxas de juros do mundo ao lado de países como Indonésia, Argentina, Turquia, Rússia e Malásia.
Um estudo feito por John Gathergood da Universidade de Nottingham, na Inglaterra analisou a saúde mental de 10 mil pessoas e chegou à conclusão que: pessoas que devem sentem um aumento de constrangimento diante dos colegas, desenvolvem insônia e fobias, o que reduz sua capacidade social e de concentração. A análise foi feita em 2012, mas não podia ser mais atual.
Você já se perguntou quantos colaboradores na sua empresa estão endividados? Quantos deles estão com rendimento abaixo do esperado em razão dos juros do rotativo do cartão de crédito? Hoje o assunto da moda é a importância de cuidar do bem-estar do colaborador, mas pouco se fala sobre saúde financeira. Segundo a Associação Brasileira dos Educadores Financeiros (Abefin), 84% dos trabalhadores entrevistados em uma pesquisa sobre inadimplência enfrentam dificuldades quando o assunto é dinheiro e sofrem prejuízos por não entenderem de finanças.
Um profissional desmotivado e que rende menos que o esperado torna-se desinteressante para empresa. O que devemos fazer? Demiti-lo? Claro que não! É nessa hora que devemos buscar maneiras de ajudá-lo com suas finanças. O que sua empresa oferece como benefício para ajudar no bolso do colaborador? Que tal ajudar a ter acesso a crédito com taxas de juros menores ou ir além e promover cursos de educação financeira para todos os funcionários?
Iniciativas simples podem ajudar o colaborador a aumentar sua produtividade e se livrar de uma dívida que não para de crescer. Imagine como ele vai ficar aliviado ao se livrar do medo de não conseguir honrar seus compromissos. Imagine que seu colaborador tem o sonho de conhecer uma cidade no litoral e a empresa decide ajudar no parcelamento do pacote de viagens ou a encontrar uma agencia de viagens com preço acessível para ele. Ele volta da viagem com muitas fotos e com aquele senso de realização.
É preciso olhar para o bolso do colaborador: ele está diretamente relacionado à produtividade, saúde mental e física. Os benefícios da sua empresa deveriam promover o senso de realização, propósito, evolução mental, física e financeira.